Entrevistas

Entrevista com novo diretor técnico da CBTE

Confira entrevista exclusiva com Durval Luz Balen, 64 anos, atirador do Clube Caxiense e recentemente empossado como novo diretor técnico da modalidade de Tiro ao Prato da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE).

1 - Como começou a praticar as provas de tiro? Qual sua modalidade preferida e qual mais se destaca?
Na minha infância, acompanhava meu pai, Ítalo João Balen, em suas constantes idas ao Clube Caxiense de Caça e Tiro, para vê-lo atirar, tanto em treinamentos, como em competições. Nasceu aí a minha paixão pelo tiro esportivo e também pela caça. Com ele muito aprendi sobre as coisas do nosso esporte. Acompanhei de perto as suas memoráveis lutas em defesa da caça esportiva, pois, desde aquela época, já nos deparávamos com enormes barreiras. Também foi através dele que aprendi a respeitar e admirar, dentre outros tantos atiradores e caçadores, o ícone gaúcho do nosso esporte: Carlos Mencke, o nosso querido "João Grande". Após um longo recesso, que durou cerca de 20 anos, retornei ao tiro através da caça de perdizes, e, há quase 10 anos, também ao tiro esportivo, optando, como sou "metido", pela modalidade Fossa Olímpica, e, vez ou outra, também dando uns tirinhos no Trap.

2 - Quantas vezes você pratica?

Atualmente, devido os compromissos burocráticos assumidos junto a CBTE, tenho feito pouquíssimos treinamentos, o que, de certa forma, me entristece, pois a minha maior paixão é disparar a Browning em direção aos 'malditos pratinhos', embora ela, nem sempre, tem se mostrado camarada. Eu a mando fazer uma coisa e ela teima em fazer outra!

3 - O que espera nesta nova atividade de Diretor Técnico da modalidade de tiro ao prato da CBTE?

Recebi, há poucos dias, ainda como integrante da Comissão Técnica da CBTE, o convite para ocupar o cargo de Diretor Técnico de Tiro ao Prato da Entidade. Aceitei o desafio, mesmo sabendo da enorme dificuldade que teria pela frente, mormente pelo fato de substituir, naquela função, o mineiro Eduardo Oliveira, competente e dedicado dirigente do nosso esporte, a quem rendo, sem qualquer favor, minha homenagem e reconhecimento pela sua brilhante atuação. Conto com uma equipe (Comissão Técnica) altamente qualificada, disposta e comprometida com a melhoria do tiro brasileiro. Já estamos elaborando um projeto, de médio e longo prazo, para o nosso esporte, que deverá, dentre vários itens importantes, facilitar o surgimento de novos atletas. O tiro brasileiro, pelas enormes dificuldades por todos sabidas (altíssimo custo, barreiras para aquisição de armas e munição, desinformação a respeito do tiro esportivo), carece de renovação.

4 - Como você vê o nosso esporte no Brasil e no mundo?

Em decorrência das dificuldades acima apontadas, poucos são os atiradores brasileiros em atividade em comparação com os dos demais países, onde tais barreiras não existem. Não podemos esquecer que o tiro ocupa o 3º lugar dentre os esportes na distribuição de medalhas olímpicas, ficando atrás, apenas, do atletismo e natação. Portanto, a ele, deverá ser dada por todos, especialmente pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a devida atenção, como ocorre nos demais países.

Nos últimos anos notamos um grande crescimento do tiro em países como, por exemplo, a China, que tem se destacado em todas as modalidades de tiro. Com grande frequência os atletas chineses têm comparecido ao pódio nas competições internacionais, a exemplo dos italianos, americanos, russos e tantos outros. Os atletas brasileiros de tiro, todos amadores, ao contrário dos demais esportes, que foram profissionalizados, podem ser considerados verdadeiros heróis graças à dedicação que têm demonstrado, principalmente quando representando o Brasil nas provas internacionais. Em razão disso, estamos nos empenhando para que lhes sejam dadas melhores condições para uma preparação mais eficiente, o que permitirá diminuir a distância que nos separa dos demais países, onde, em sua maioria, os atletas de alto rendimento são profissionais. O Rio Grande do Sul tem sido o maior celeiro para o fornecimento de atletas para a Seleção Brasileira. Aí estão, por exemplo, Carlos Alberto Costa, Guilherme Maurina, Davi Pivato, Roberto Schmits, Janice Teixeira, Gisele Braga e Karla De Bonna, que, em razão dos seus resultados, fazem parte da Seleção Brasileira Permanente na modalidade de Fossa Olímpica. Eles têm, sistematicamente, com grande sacrifício, representado o Brasil nas provas internacionais, o que muito honra a todos nós gaúchos.

5 - Você também atua no Clube Caxiense. Como tem sido a parceria da entidade com a Federação na busca pela qualificação e divulgação do esporte?

Por sete anos e meio ocupei a presidência do Clube Caxiense de Caça e Tiro, em cujo período eu pude constatar a profícua atuação da Federação Gaúcha de Caça e Tiro no desenvolvimento do Tiro Esportivo em nosso estado, e a sua constante e incansável luta em favor da caça amadorística. Todos nós (atiradores e caçadores) somos e seremos beneficiados com esse trabalho sério, honesto e comprometido. Por tais razões, externo aqui, e creio poder estar o fazendo também em nome de todos os filiados, o meu reconhecimento e gratidão a Federação Gaucha de Caça e Tiro que, atualmente, é comandada pelo nosso grande companheiro e líder Carlos Schreiner.

Última modificação em Quinta, 09 Agosto 2018 15:33

Nosso objetivo é difundir através de provas e competições, a prática do tiro entre os sócios dos clubes organizadores do evento, clubes co-irmãos, órgãos de imprensa e simpatizantes do esporte.

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